Nietzsche,
Rimbaud, Baudelaire, Baudrillard e todos os que fazem a apologia de uma visão
fisiologicamente embriagada do mundo, são na verdade um thesaurus de slogans
irracionais de onde marxistas, niilistas, ateus e neopagãos retiram suas frases
de efeito para instaurar o REGIME DA INTOXICAÇÃO INTENSA E VOLUNTÁRIA PARA
INCORRER CONSTANTEMENTE NO ERRO E NA IGNORÂNCIA. Afinal, é a última moda em
Paris, capital do Maio de 68, dissolver-se no Absoluto ou no Abismo
dilacerando-se a si mesmo no estado dionisíaco por excelência: A VISÃO
TÓXICO-TRÁGICA DA EXISTÊNCIA HUMANA. O lixo da academia.
O
propósito da descriminalização do porte e do uso de entorpecentes não visa a
nenhuma diminuição dos maus tratos a drogados ou à solução para a violência do
narcotráfico, porque o discurso proclamado pelo movimento intelectual e
artístico a favor da descriminalização das drogas é, precisamente, uma APOLOGIA
DA INTOXICAÇÃO QUE ALMEJA ELIMINAR, DIMINUIR E ALTERAR NO TOXICÔMANO SUA
CAPACIDADE DE ENTENDIMENTO OU DE AUTODETERMINAÇÃO, embora pregue de um modo
politicamente correto que só querem a livre autodeterminação individual, sem
axiologia platônica nenhuma, obviamente, para capacitar o entendimento.
Os
niilistas e os beatniks querem única
e exclusivamente que o estado não mais impute penalmente aquele que porta ou
usa drogas na frente de crianças e idosos em parques, praças e bosques, e pouco
lhes importa se os indivíduos sob a ação de entorpecentes euforizantes como a
cocaína, a heroína e o crack perpetrarem atos depredatórios, obscenos ou até
mesmo lesões corporais nos circundantes, isto sem excluir a hipótese de que
qualquer drogado está muito mais propenso à prática do homicídio, dado que ele
pode sentir-se provocado por um olhar ou gesto de outrem, que ele, com os sentidos
perturbados pela sua desarmonia interior ainda mais acentuada pela ação do
tóxico, responderá certamente com uma violência correspondente àquela que gerou
em si mesmo. E depois será a sociedade dos cidadãos capazes de entendimento e
de autodeterminação que serão responsabilizados por terem olhado, gesticulado
ou simplesmente transitado pela via de um modo “errado”, que teria dado a
entender ao toxicômano que alguém estava agindo injustamente com ele.
Se
o toxicômano, primeiramente envenenado por aquele imaginário niilista que lhe
arranca o sentido de sua existência, exigindo dele uma dilaceração de sua
personalidade para que, enfim, se dissolva novamente na natureza (seja lá o que
isto for para a mentalidade doentia do niilismo de Nietzsche), decide então
entupir-se de drogas para alcançar aquele estado de perturbação afetiva
intensa, com o desejo megalomaníaco de que aquele estado não apenas se
intensifique, mas permaneça perpetuamente, para que a ira, a alegria e o prazer
erótico afastem o medo, a aflição e a vergonha das condições individuais de sua
vida, são os demais concidadãos que veem amplamente ameaçado seu direito à sua
integridade física e psíquica.
Só
quem não se apieda fraternalmente das almas desesperadas e angustiadas que
perambulam errantes e intoxicadas pelas cracolândias da vida é que celebram a
descriminalização do porte e do uso de entorpecentes como um sinal de progresso
para a socialdemocracia brasileira. Afinal, quem, dos mais aguerridos
defensores da descriminalização são ou foram toxicômanos que perderam todas as
melhores coisas da vida para dissolver-se na tormenta do desregramento
intoxicado? Quem? Conheço muitos que depois de umas duas ou três cheiradas
pediram dinheiro para o papai e, depois da internação em ótimas clínicas
psiquiátricas, passaram a posar de iniciados em mistérios dionisíacos, dizendo
que o Abismo é tudo de bom. Estou esperando sentado o dia em que abandonem seus
cargos acadêmicos e, coerentes com o exemplo de seu idolatrado Rimbaud, se
tornem traficantes de armas.
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